Holofote
Vocalista do Alô Som celebra 30 anos e relembra os hits que mudaram sua história

Prestes a completar 30 anos de estrada, o Alô Som…
Prestes a completar 30 anos de estrada, o Alô Som segue firme no pagode com histórias que emocionam e músicas que atravessam gerações. Em conversa exclusiva com a FM O Dia, o vocalista Henrique abriu o coração sobre momentos decisivos da carreira, agradeceu o apoio da rádio e relembrou os bastidores dos maiores sucessos do grupo.
“A minha maior realização é ‘Que Situação’, música minha e do Andinho, que a gente fez em 1997, e que graças a Deus, ao público e à galera do pagode, permanece viva até hoje. O famoso ‘bate nele, xinga ele, manda ele embora’”, conta.
A inspiração, segundo ele, veio no improviso: “Tinha acontecido essa história comigo e a gente, do nada, pegou o violão e a música veio. Tava comendo biscoito de água e sal e até hoje eu não consigo entender como essa música chegou.”
O impacto foi imediato. “ ‘Que Situação’ começou a tocar e na primeira semana já foi sucesso. A FM O Dia bombou a música e tá até hoje aí. Muito obrigado, FM O Dia! Vocês estão pagando minha conta de luz até hoje com ‘Que Situação’”, brinca Henrique, lembrando o papel da rádio na consolidação do hit.

A celebração dos 30 anos do Alô Som chega com a mesma disposição de quem nunca desistiu do sonho. “Junto com a FM O Dia, que deu o pontapé inicial, nós somos os verdadeiros brasileiros. Nós não desistimos nunca. A gente ama música, ama o que faz, e 365 dias por ano a gente vive a música, vive de pagode.”
No palco do projeto Respeita Minha História 4, a participação teve sabor de reconhecimento. “Veio como um prêmio. Nós somos operários da rua, estamos nos quatro cantos do Rio de Janeiro, do Brasil, vamos onde realmente o povo está. Quando recebi o convite do Erikson, eu chorei, me emocionei muito. A pressão até deu uma elevada, porque pra mim é muito importante — pro Alô Som é muito importante — estar perto de quem realmente faz a coisa acontecer.”
Outro capítulo inesquecível é “Supera”, definida por Henrique como a música mais marcante da trajetória. “É de composição do meu saudoso irmão Riquinho e de André Renato, grande compositor. A gente acreditou desde o primeiro momento em que ela chegou ao repertório. Infelizmente, o nosso eterno cantor Riquinho não teve a oportunidade de ver a música acontecer de verdade, virar sucesso.”
A lembrança vem carregada de emoção: “Ele teve a oportunidade de escutar a música uma vez, aqui, tocada pela FM O Dia. Eu estava do lado dele, dentro do carro, e quando tocou ‘Supera’, ele me abraçou e chorou muito, porque ouviu a voz dele no rádio. Era a primeira vez. Na mesma semana, teve um acidente fatal e ele veio a falecer. Na passagem da música, ele fala: ‘Alô Som, supera!’. Parece que já era um recado. Essa música me emociona até hoje. A gente agradece todos os outros cantores que regravaram, mas o Riquinho é extraordinário.”
Entre memória, gratidão e resistência, o Alô Som segue escrevendo sua história — com o público cantando junto e a FM O Dia no dial. Como diz Henrique, do jeitinho que o pagode gosta: com verdade, trabalho e muita música.






