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Site: http://www.orappa.com.br/
Mesmo já tendo uma apresentação agendada no Circo Voador, o grupo não tinha nome. Cogitaram "Cão Careca" e "Batmacumba", e após ver no jornal a expressão "rapa", que designa o ato em que policiais interceptam camelôs, se empolgaram com o termo. Segundo Falcão, "era perfeito. Gíria de rua, coisa da rua: o que nós somos. Colocamos o artigo `O` e mais um p, para ficar mais forte". Um exemplo de a palavra rapa ser aplicada aos caçadores de camelôs pode ser encontrado na canção "Óia o rapa!" na composição de Lenine e Sérgio Natureza, gravada pela banda no CD Rappa Mundi. Finalmente, com Falcão na voz, Marcelo Yuka na bateria, Xandão na guitarra, Nelson Meireles no contra-baixo e Marcelo Lobato no teclado, estava formado O Rappa. Em 1994, lançaram seu primeiro disco, que levou o nome da banda. O Rappa não obteve muito sucesso e foi o único disco com a presença de Nelson Meirelles, que abandonou a banda por motivos pessoais. Com a saída de Nelson Meireles, Lauro Farias, que tocava com Yuka no KMD-5, assumiu o contrabaixo. Em 1996, foi lançado Rappa Mundi, que praticamente introduziu a banda no cenário nacional e quase todas as canções foram sucesso. Entre elas, "Pescador de Ilusões", "A Feira", "Miséria S.A.", "Ilê Ayê", "O Homem Bomba", a regravação de "Vapor Barato" que ficou conhecida na voz de Gal Costa e a versão em português para o sucesso de Jimi Hendrix, "Hey Joe". Depois de três anos sem um álbum novo, em 1999 vem a público Lado B Lado A. Com letras "mais fortes" que o anterior, mostra o amadurecimento da banda e revela Yuka como letrista de alto nível em canções como "Minha Alma (a paz que eu não quero)", "O Que Sobrou do Céu", "Me Deixa" e "Lado B Lado A", além de Tribunal de Rua, que narra história baseada em fato real, conhecido na mídia como "Rambo, o torturador", que foi a capa da revista Veja de 9 de abril de 1997. Os videoclipe das duas primeiras foram premiadíssimos no Video Music Brasil, tornando-se sucesso nacional.
Em 2000, O Rappa causou "comoção pública e muita indignação" entre diversas bandas no Rock in Rio que ocorreria no ano seguinte, protestando contra a organização em especial com o horário de show, antes do Deftones. Foram retaliados com exclusão, e 5 bandas brasileiras saíram do festival em protesto (Skank, Raimundos, Jota Quest, Cidade Negra e Charlie Brown Jr.)
Marcelo Yuka
Em novembro de 2000, o baterista Marcelo Yuka foi vítima direta da violência urbana, ao ser baleado durante tentativa de assalto, ficando paraplégico e assim impossibilitado de tocar bateria. Lobato assumiu o instrumento (deixando para seu irmão Marcos Lobato, contribuinte do O Rappa, os teclados, este não entrou oficialmente para a banda) e O Rappa voltou a tocar. Mesmo debilitado, o baterista voltou ao grupo e no mesmo ano lançaram o disco Instinto Coletivo, com um show gravado em 2000, ainda com Yuka na bateria e três inéditas de sua autoria. Yuka desligou-se da banda deixando inimizade com os outros companheiros, alegando ter sido expulso por não concordar com o novo rumo que a banda vinha seguindo. Yuka fundou outro grupo, F.ur.t.o (Frente Urbana de Trabalhos Organizados), que faz parte de um projeto social homônimo, que, segundo Yuka, era algo maior do que O Rappa o possibilitava. A dedicação de Yuka ao projeto F.ur.t.o. pode ser vista mesmo durante sua estadia n`O Rappa: ele aparece com uma camiseta preta com o nome F.ur.t.o. em branco durante o videoclipe "Minha Alma (A paz que eu não quero)" vídeo clipe que deu toda a projeção ao O Rappa como movimento social e não somente uma banda de rock.
A banda decidiu seguir sem Yuka, com Lobato se tornando o baterista titular, e seu irmão Marcos se tornou músico de apoio nos teclados. Após cogitarem o poeta Waly Salomão como letrista, a morte deste fez Marcos Lobato assumir as letras. O primeiro disco reformulado foi O Silêncio Q Precede O Esporro , lançado em 2003, com diversas canções de sucesso como "Reza Vela", "Rodo Cotidiano" e "O Salto". Em seguida foi lançado o DVD homônimo, gravado ao vivo no Olimpo, Rio de Janeiro. Em 2005, atendendo a convite por parte da MTV Brasil, a banda gravou o especial Acústico MTV com participação de Maria Rita - que havia gravado "A Minha Alma" em um de seus discos - em "O que sobrou do céu" e "Rodo Cotidiano", e Siba, do Mestre Ambrósio, na rabeca em algumas canções. O disco também rendeu um DVD com algumas canções além das presentes no CD. No dia 7 de julho de 2007, O Rappa realizou um concerto na etapa brasileira do festival Live Earth no Rio de Janeiro. Em 2008, lançaram o álbum 7 Vezes. A faixa escolhida para primeiro single, "Monstro Invisível", chegou as rádios no dia 8 de julho e fez muito sucesso, sendo bastante executada. Destaque também para o segundo single, "Meu Mundo é o Barro" e o terceiro single "Hóstia". Em 22 de agosto de 2009, O Rappa fez um show na favela da Rocinha, que rendeu outro DVD. Em 2008, Marcelo Lobato voltou a assumir os teclados, Cleber Sena, que já tocava com a banda na percussão, assume a bateria até sua saída em 2013. Após a saída deste, Felipe Boquinha assumiu as baquetas.
Seguiram-se dois anos de pausa, explicados pelos músicos como necessidade de descansar após 15 anos na estrada. O Rappa voltou a tocar junto com shows na Marina da Glória em outubro 2011. Em 2013 lançam novo álbum intitulado Nunca Tem Fim..., com músicas como "Anjos (Pra Quem Tem Fé)" “Fronteira (D.U.C.A.)” e "Auto-Reverse", com o qual 3 meses após lançamento, certificado de Disco de Ouro é atribuído ao novo álbum.
No dia 3 de maio de 2017, o grupo anuncia no Facebook que fará uma pausa `sem previsão de volta`.
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A Todas As Comunidades do Engenho Novo
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Eu moro na comunidade do Engenho Novo À todas as comunidades do Engenho Novo Tenho referencial para chegar no Bairro então Souza Barros 24 e a Marechal Rondon Tem Buraco do Padre para quem Quiser passar Tem igreja Conceição para quem Quiser rezar À todas as comunidades do Engenho Novo Eu moro na comunidade do Engenho Novo Em todo lugar pela-saco tem No Engenho não é diferente Tem pela-saco também Pra não parecer que é marra minha, Meu irmão no Engenho tem gente fina Gatinha e sangue bom Todo mundo diz que o funqueiro É um animal Pela-saco falador tem tudo que Tomar um pau Quando chega a tarde a sensação É o futebol E a noite com a gatinha Curtir um baile na moral É, a todos os bailes eu quero agradecer Tem Sargento, Magnatas e também o Garnier Céu Azul, Matriz, Rato Molhado, Jacaré, São João, Mangueira, Sampaio, fiquei na fé Cabeça feita em casa ou em qualquer lugar Pra quem gosta do assunto vamos Logo "shapear" Quando chega a tarde No Parque Santos Dumont Pra quem não conhece o Engenho Tá convidado sangue bom Eu moro na comunidade do Engenho Novo, À todas as comunidades do Engenho Novo Partideiro que é partideiro não Pode vacilar Quando entra no samba tem Que versar Quando entra no samba Não pode ficar de blá-blá-blá Muitas pessoas vão se Influenciar E vão falar pra você Não aparecer mais por lá Só que a questão Camarada sangue bom É tudo sem interesse É tudo de coração Quem fuma, quem fuma, Quem bebe, quem cheira Tem que chegar no sapatinho E não ficar de bobeira Porque quem está lá em cima Não tá de vacilação Está de olho no movimento Está de olho na situação Quem está lá em cima Não está de bobeira não Está ligado no movimento Está ligado na situação Morteiro na mão, Estrondo no ar Avisando que a polícia Qualquer hora vai chegar O morro amado Ao mesmo tempo temido Comandado por irmãos Comandado por amigo Só que a questão Camarada sangue bom É tudo sem interesse É tudo coração Como já dizia Cartola As rosas não falam Se eles choram Por que é que eu vou chorar Eu vou me emocionar Quando a minha escola Na avenida entrar Mostrando ao mundo O que eu quero ver Como já dizia Renatinho, Valtinho, Cotoco É mangueira verdadeira Área de lazer Quarta e sexta-feira Rola o futebol O morro desce em peso Pra jogar na moral A regra aqui uma falta Não existe Se não gostou vacilão Fica de fora e assiste É, eu moro lá, eu moro lá, Engenho Novo, Engenho Novo